Profundo

“Nenhum pensamento o pode conter; nenhum vocábulo o pode exprimir . Ele está além de tudo que possamos racionalizar ou imaginar.”

- Brennan Manning

Há mais de dois mil anos, o próprio Deus andou entre nós. Tão grande, e tão acessível… como Ele continuante permanece.

Nenhum adjetivo por mais que cuidadosamente minerado poderia expressar a grandiosidade de quem Ele é, da sua suprema perfeição. E na plenitude da sua grandeza, esse Deus nos ama de forma intensa e inflexível. Uma ideia quase impossível de conceber.

Que relacionamento inusitado, um Deus santo e profundo, amando intensamente seres imperfeitos como nós, de forma única e pessoal.

Quando finalmente entendemos essas verdades, é impossível permanecermos inertes, sem responder a esse Deus que nos chama a um relacionamento próximo e real.

Ele não espera que sejamos perfeitos, mas sim verdadeiros. Qualquer que tenha sido seu passado ou presente, você foi feito para Deus, e nada mais nos satisfará de verdade, porque o desejo profundo do nosso coração é unir-se com Ele.

Nossa fragilidade, no entanto, nos impede muitas vezes de viver esse encontro pessoal com o Senhor, na posição de um pai amoroso. Como uma lente suja, cheia de mentiras, que nos impossibilita de enxergar a verdade como ela é. A verdade de quem somos para o criador, que independe do que podemos dar ou dos erros que já cometemos, a verdade de que fomos feitos pra ser amados, e nos parecermos com Ele.

Lembro-me de uma experiência que tive com o Senhor há um tempo, enfrentando alguns processos difíceis com a minha imagem e identidade. Nesse período, meu relacionamento com Jesus era cíclico, eu o amava… porque eu sabia (em partes) que Ele havia me amado primeiro. Mas sempre que eu estava crescendo nesse relacionamento e avançando para um novo nível, o medo me parava. Eu sabia que tinha mais pra mim, mas eu não conseguir viver isso de fato.

Até que um dia, em um culto da minha antiga igreja, orando sobre isso, o Senhor me mostrou algo: todos os sons ao meu redor silenciaram, e com os olhos fechados eu me vi debaixo d’água, como num oceano (parecido com a foto desse post). Eu estava lá, afundando cada vez mais, sem sentir medo, querendo continuar. Sem entender o que estava acontecendo, me vi afundar tanto, que a luz já não alcançava mais aquele nível, e eu já não poderia mais voltar pra superfície.

Ministrando ao meu coração, o Senhor me mostrou que o seu amor era profundo como aquele oceano, e que eu não precisava ter medo de mergulhar. Existiam até alguns níveis que eu já havia conhecido, mas nenhum deles tinham me tirado o controle de voltar a superfície, eram rasos. E sempre que eu me via perdendo esse controle, eu voltava… o medo do desconhecido me paralisava, me impedia de experimentar o amor de Deus, a fé e a dependência completa nEle.

Naquele dia, eu aprendi que o entendimento do amor de Deus por mim, necessitava de mais que apenas informação. Ele era empírico, eu precisava provar e experimentar, sem medo.

Naquele dia, eu entendi que eu só precisava aceitar esse amor profundo de Deus por mim, e que envolvida nele, eu poderia vencer todos os processos que eu estava enfrentando.

Naquele dia Deus me mostrou que existia muito mais a ser descoberto e vivido nEle, mais do que eu achava que Ele poderia ser.

Naquele dia, minha intimidade com Jesus mudou pra sempre. Nada se compara ao encontro das verdades de quem eu sou para o Criador, e nesse processo, a confiança se torna o fruto de um relacionamento em que eu sei que sou absurdamente amada.

Eu não sei o que você tem enfrentado, não sei como como você se vê, ou até mesmo como você vê o Senhor. E eu sei que a dependência as vezes pode causar medo, sei que nem sempre é fácil entender e aceitar esse amor, e principalmente confiar nele. E gostaria muito que você soubesse que se você se identificou com esses sentimentos listados aqui, você não está sozinho! Mas eu posso te garantir, que o processo de quebrar essas barreiras pra conhecer Jesus em confiança e entrega é uma jornada fascinante, afinal estamos falando de um Deus freneticamente obstinado em mostrar que existe mais amor a ser recebido.

Como Ele é profundo! Dois mil anos de Cristianismo e até hoje ninguém conseguiu definir a sua grandeza.

Deus indescritível, quanto mais O conhecemos, mais somos transformados!

Ele é suficiente!

“Vejam como é grande o amor do Pai por nós, pois Ele nos chama de filhos, o que de fato somos!”

1 João 3:1a

Gostaria também, de te indicar dois livros que você pode investir pra conhecer mais sobre o amor Deus. E desejo que você seja surpreendido dia após dia com essa profundidade disponível no Senhor, ela é pra você!

Livros 1 : O anseio furioso de Deus - Brennan Manning

O livro O Anseio Furioso de Deus mostra o anseio de Deus por você que é maior e mais forte que qualquer elemento impulsionador da pior catástrofe que você consiga imaginar. Deus não descansa enquanto não o encontra, esteja onde e como estiver, para o seu afável cuidado.

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Livro 2 : O obstinado amor de Deus - Brennan Manning

O livro O Obstinado Amor de Deus retrata como dois milênios de cristianismo proporcionaram tempo mais que suficiente para que inúmeros pensadores tentassem descrever, qualificar ou quantificar o amor divino das mais diversas maneiras. O esforço de minerar algum termo ou cunhar uma expressão grandiosa para articular esse conceito indizível — afinal, Deus é o próprio amor que dele emana — levou Lutero a se referir a ele como “fogo ardente”. Para Tereza de Ávila, era a “suprema perfeição”. Francisco de Assis o considerava “galé de livres”, alusão (em contraponto) aos antigos navios impulsionados pelo trabalho escravo dos remadores.

Talvez compreendendo a insuficiência dos adjetivos, Agostinho preferiu valer-se de uma constatação: “Deus ama tanto a cada um como se não existisse ninguém mais a quem pudesse dedicar seu amor”. Essa inspiração agostiniana perpassa o texto do livro O Obstinado Amor de Deus. Neste livro de Brennan Manning temos o desafio de rever as fibras desse relacionamento tão inusitado para revelar, no cerne, uma realidade poderosa e comovente: desde a plenitude de sua grandeza, o Autor da vida nos ama de modo tão intenso e inflexível que jamais alguém foi capaz de conceber, e convida: “Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mt 25:23, NVI).

O autor Brennan Manning nasceu e foi criado em Nova York, onde conviveu com gente humilde e simples. Apesar das dificuldades, ingressou na Universidade St. John, da qual saiu para servir como fuzileiro naval. Ao voltar da Guerra da Coréia, graduou-se em Filosofia e Teologia pelo Seminário St. Francis. Em vez de continuar no conforto e na assepsia do ambiente acadêmico, como muitos de seus pares, Manning colocou o pé no barro de favelas, vilas, povoados e cortiços. Descobriu, então outra vocação: a do serviço compassivo e abnegado. Na Europa, chegou a carregar água, trabalhar como pedreiro e lavador de pratos.

Manning quando voltou aos Estados Unidos, dedicou-se ainda mais à reflexão e à solitude, e só retomaria o trabalho acadêmico no fim dos anos 1970. Mesmo assim, a devoção segundo o modelo patrístico — um cristianismo simples, desprovido de afetação e carregado de sensibilidade por Deus e pelos companheiros de jornada — continuou sendo sua prioridade. “Aprendi de um sábio franciscano que, para quem conhece o amor de Cristo, nada mais no mundo é tão belo e desejável.”

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